Artigo – Arte como negócio

10 setembro 2010

Arte como negócio
*Lucienne Amantéa

Investimento ou simples apreciação? O mercado de obras de arte se modifica a cada década. Em uma sociedade que valoriza cada dia mais a cultura, peças que simbolizam protestos e marcaram a história do país são tratadas como raridades.
Mesmo com crises financeiras que assombram do oriente ao ocidente, ainda existem pessoas que gastam milhões em quadros e esculturas. Essas obras são relíquias, que passam de filhos a netos e bisnetos. Tradições de uma família com molduras. São também verdadeiros investimentos financeiros.
Contudo, como todo investimento, o mercado requer alguns cuidados. Dúvidas constantes que chegam, parecem básicas, mas na verdade são indispensáveis para quem quer iniciar uma coleção ou abrir um negócio que tenha como produto obras de arte. Quais artistas são importantes? Que fase da vida dele foi o ápice de sua carreira? Quero abrir uma galeria, por onde devo começar?
Em primeiro lugar, saber selecionar artistas de renome é um grande passo para valorizar sua obra. Para isso, pesquise sobre sua história, leia tudo sobre o autor, visite museus. Antes da compra, analise o estilo da peça, sua beleza e técnica. Modernistas, acadêmicos ou contemporâneos, a técnica utilizada é diretamente proporcional à valorização de uma obra de arte. Na sequência, vêm às produzidas a óleo, acrílica sobre tela, madeira, metal e cartão, feitas com tinta guache e têmpera sobre o papel. Logo depois, aquarelas, desenhos à tinta, nanquim, carvão, sanguínea, sépia e lápis e, por fim, as gravuras.
Outro fator importante é a data de criação da peça. Até mesmo artistas consagrados pelo mundo afora possuem suas melhores fases, que são julgadas por sua criatividade ou importância na história. Para isso, um olhar mais profissional de um marchand pode ajudar e muito. O mercado conta com um número significativo de consultores qualificados, que estão atentos aos mínimos detalhes.
Fique atento às oportunidades. Os leilões são os principais locais em que investidores as encontram, onde as peças podem ser adquiridas por preços mais acessíveis e revendidas por valores que podem chegar ao triplo do pago inicialmente.
Feita toda a pesquisa de campo e, finalmente, com a peça em mãos, o último passo é conservá-la. Sua preservação garante também a sua valorização. Mantenha-a longe, principalmente, de lugares quentes e iluminação direta.
Por fim, não tenha receio de questionar, apurar, descobrir. Há um mito na sociedade que coloca as obras de arte como sendo de elite, o que não é verdade. Existem diversos tipos de pinturas acessíveis a vários públicos. Não se sinta coagido ao entrar em um museu ou galeria. A cultura é para todos e é ideal que todos usufruam dela. Visite sempre os museus de sua cidade, fique atento às novidades, pesquise na internet. E lembre-se: antes de adquirir uma obra de arte, você deve gostar de arte. Ter sensibilidade é primordial.

*Lucienne Amantéa é marchand do Palácio dos Leilões Galeria de Arte

+55 (31) 3504.1139

R. Alexandre Siqueira, 30 - Caiçara
Belo Horizonte, MG - CEP: 30775.540

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