Crianças e adolescentes x redes sociais

6 julho 2010

Crianças e adolescentes x redes sociais

Daniel Diniz*

Lembro-me quando criança que qualquer contato com amigos, por telefone ou mesmo presencialmente, era feito sob supervisão dos meus pais. Não que eles ficassem escutando tudo o que eu falava ao telefone, mas estavam sempre atentos aos meus movimentos. Ao chegar das aulas, uma das minhas primeiras ações era chamar o vizinho para brincar. Se ele não podia, eu me virava com meus brinquedos. Enfim, meus pais tinham a tranquilidade de acompanhar meus passos e saber quais eram minhas amizades.

Hoje em dia, muitas coisas mudaram. Não é que os pais não acompanhem mais seus filhos, mas o avanço da mídia digital, principalmente internet e celular, dificultou o processo. Crianças e adolescentes conversam e se conectam a qualquer momento, criando dificuldades para que seus pais identifiquem com quem estão se relacionando. O Orkut é um mundo de conexões que amigos surgem de todos os lugares. Torpedos são trocados na mesma velocidade de um telefonema, promovendo uma conexão instantânea entre conectados. Você já parou para observar como uma criança usa o teclado do celular? É incrível a velocidade dos toques, é algo digno de campeonato! Enfim, o grande “boom” das redes sociais diminuiu distâncias e ampliou a capacidade comunicativa. Um salto importante para proporcionar mais interatividade, mas delicado quando associado à segurança.

Com toda essa dinâmica das tecnologias disponíveis, crianças e adolescentes reivindicam seu direito a privacidade quando têm suas redes monitoradas. Ficar sem telefone celular, nem pensar! Além disso, o aparelho tornou-se uma ferramenta de controle para os pais, pois serve como localizador em vários momentos. Aplicar mecanismos controladores no computador pessoal não tem sido tão eficaz, pois esses jovens “danados” encontram meios de acessar a rede de outros locais. Além disso, usuários utilizam de personagens falsos para persuadir crianças e jovens, que inocentemente passam a sua agenda via redes sociais, tornando-se mais vulneráveis a golpes. Então, temos a pergunta que vale um milhão de dólares: como monitorar sem invadir?

Milhares de respostas surgirão das diferentes vivências entre pais e filhos. A meu ver, algumas atitudes simples podem ser mais eficazes do que a vigilância constante. O primeiro passo está na educação, na conversa diária com os filhos. Na relação pais e filhos é preciso: alertar quanto aos perigos da internet; acompanhar de perto o que fazem no mundo virtual; monitorar, de forma amigável, os passos dados nas redes sociais; e relatar histórias, de que tenha conhecimento, sobre situações problemáticas que tenham envolvidos jovens e a utilização da internet. É importante que o jovem perceba o interesse de integração dos pais, quebrando a imagem de vigilância.

Pais também devem participar das redes sociais. Afinal, as diversas formas de relacionamento ampliam muito os caminhos, em qualquer idade. Outras atitudes como conferir a conta detalhada do celular; verificar se a escola tem alguma política de proteção ao acesso à internet; e estar atento ao uso das lan houses são medidas recomendáveis. De forma criteriosa e dosada, cabe aos adultos orientar a utilização, de forma correta e segura. Acredito que proibir é radical e leva a criança ou jovem a buscar novas formas de conexão, afinal para eles a tecnologia é meio, o que interessa mesmo é interagir.

* Daniel Diniz é diretor de negócios da Nitrato, agência de comunicação e software para meios digitais, e diretor da Assespro-MG.

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